Um jardim maravilhoso, que materializa o projecto de paz tendo como base a aceitação e o conhecimento forjados através da diversidade cultural. Uma colecção de autochromes extraordinária, que documenta a história do início do século XX em que, num mundo em desaparecimento, surgiram novos países - numa lógica de estados-nação - forjados pelo Ocidente e a partir de uma lógica de exclusão e quase sempre de genocídio de povos que até então tinham partilhado territórios. Filmes de valor inestimável.
Paris mantém o frio do Inverno, os parisienses são mal-educados mas há valores que resgatam tudo.
sexta-feira, 18 de março de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Landing of Savage South Africa at Southampton
Em Portugal também há registos assim, depositados no ANIM. Não são tão antigos mas as imagens (e o seu poder) são igualmente eloquentes.
http://www.colonialfilm.org.uk/node/1186
http://www.colonialfilm.org.uk/node/1186
Cape to Cairo - dez filmes em visionamento
http://www.bfi.org.uk/whatson/node/18372
Após ao longo de mais de um ano ter visionado no ANIM a colecção colonial da Cinemateca Portuguesa, estou em Londres, na mediateca do BFI, a ver a colecção de filmes recentemente organizada no âmbito do projecto "Colonial Films. Moving Images of the British Empire".
É extraordinário como cada colonialismo reclama, de modo idêntico, a sua especificidade e o seu humanismo. Se a excepcionalidade do "modo português de estar no mundo" - que ainda perdura - é um eco nostálgico da propaganda do Estado Novo, que a nossa classe política recicla regularmente (com afirmações sobre o "Dia da Raça" e uma lusofonia paternalista), é agora extraordinário atentar na argumentação do imperialismo britânico. Muito esclarecedor (o atentar nessa argumentação), no mínimo. Maniqueísta (a argumentação), sempre.
Após ao longo de mais de um ano ter visionado no ANIM a colecção colonial da Cinemateca Portuguesa, estou em Londres, na mediateca do BFI, a ver a colecção de filmes recentemente organizada no âmbito do projecto "Colonial Films. Moving Images of the British Empire".
É extraordinário como cada colonialismo reclama, de modo idêntico, a sua especificidade e o seu humanismo. Se a excepcionalidade do "modo português de estar no mundo" - que ainda perdura - é um eco nostálgico da propaganda do Estado Novo, que a nossa classe política recicla regularmente (com afirmações sobre o "Dia da Raça" e uma lusofonia paternalista), é agora extraordinário atentar na argumentação do imperialismo britânico. Muito esclarecedor (o atentar nessa argumentação), no mínimo. Maniqueísta (a argumentação), sempre.
Colonial Film. Moving Images of the British Empire.
http://www.colonialfilm.org.uk/home: um site que reúne informação sobre as imagens que, desde a invenção do cinema, o "império britânico" produziu sobre si. O projecto está online desde o final de 2010, foi promovido por uma equipa de académicos notável e suportada por três grandes instituições britânicas.
O projecto - que gostaria de replicar em Portugal - não me interessa pelo discurso. Interessa-me pelo processo de abertura do arquivo; pela disponibilização de imagens que são património de "colonos" e "colonizados" mas que, até ao momento, eram lidos de acordo com a história dos "vencedores", proposta numa lógica imperial, dos Estados Nação. O que este site potencia é a análise e a consciência crítica na primeira pessoa.
Interessa-me o olhar do "eu" que destrona o "nós" da lógica historiográfica dos Estados-Nação, projectados para viabilizar o Capitalismo Moderno e cujo imperialismo, como salienta Eric Hobsbawm, foi sobretudo promovido através da Cultura, dos discursos identitários nacionais sustentados pelos arquivos da memória colectivos e revisionistas.
O projecto - que gostaria de replicar em Portugal - não me interessa pelo discurso. Interessa-me pelo processo de abertura do arquivo; pela disponibilização de imagens que são património de "colonos" e "colonizados" mas que, até ao momento, eram lidos de acordo com a história dos "vencedores", proposta numa lógica imperial, dos Estados Nação. O que este site potencia é a análise e a consciência crítica na primeira pessoa.
Interessa-me o olhar do "eu" que destrona o "nós" da lógica historiográfica dos Estados-Nação, projectados para viabilizar o Capitalismo Moderno e cujo imperialismo, como salienta Eric Hobsbawm, foi sobretudo promovido através da Cultura, dos discursos identitários nacionais sustentados pelos arquivos da memória colectivos e revisionistas.
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