quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Faria de Almeida: como se perdeu um cineasta de ficção.



Membro fundador do Cine Clube de Lourenço Marques, Manuel Faria de Almeida (1934-) foi apoiado pelo Fundo do Cinema Nacional para estudar cinema na London School of Film Technique quando os seus filmes amadores começaram a ser premiados em Portugal.
O seu filme de curso Streets of early sorrow, inspirado no massacre de Sharpeville, ganhou o 1º prémio do Festival Cinestud de Amsterdão após o que fez o circuito dos cine-clubes ingleses como complemento de A dama de Xangai, de Orson Welles. Outro filme de curso, Viviana – proibido pela censura em Portugal não obstante a remontagem que o autor fez e que desvirtuou irremediavelmente o original –, foi exibido no Festival de Valladolid.
Com a melhor classificação de sempre no curso londrino de realização, é convidado para trabalhar como assistente de Tony Richardson e para ingressar no serviço de cinema das Nações Unidas. Não pode aceitar porque as condições da bolsa o obrigam a trabalhar três anos em Portugal após os estudos. É em Paris, onde estagia no IDHEC e trabalha nos arquivos da Cinemateca, que recebe o telegrama de António da Cunha Telles: “Mil parabéns. Ganhamos Catembe”. Era o anúncio que o Fundo apoiaria um projecto ambientado na capital moçambicana, que viria a ser o seu único filme de fundo.
Muito activo no movimento do Novo Cinema, Faria de Almeida obteve vários prémios com os documentários que realizou.
Foi presidente da Tobis Portuguesa entre 1974 e 1976 e do Instituto Português de Cinema, de Agosto de 1976 ao de 1977. Entrou então para o Centro de Formação da R.T.P., com o qual já colaborara e que chefiou entre 1979 e 1982. Entre 1983 e 1985 participou na criação da Televisão de Macau, onde foi director de Programas e da Formação. Novamente em Lisboa, trabalhou no lançamento da Europa TV e da RTP Internacional, tendo passado pelas Direcção de Programas e de Cooperação. É autor de várias obras sobre história do cinema e realização cinematográfica e televisiva.

Um comentário:

arlinda disse...

e na câmara o meu amigo Manuel Costa e Silva